Quinhentas e cinquenta páginas difíceis de ler. Atingidas as primeiras cem fiz o balanço se valeria a pena continuar, ou melhor se teria coragem para continuar. Mas à medida que me fui embrenhando na teia urdida por Joyce surge uma enorme vontade de ler todo o livro. Atingir tão breve quanto possível a última página. James Joyce é fabuloso. Há um continuado desenrolar de enigmas, referências, quebra-cabeças que espantam o leitor. Em apenas um dia da vida do judeu Leopold Bloom desenrola-se uma história semelhante à "Odisseia"de Homero. E Bloom, angariador de publicidade, regressa finalmente à sua casa e à sua querida Molly, qual Penépole, dos princípios do passado século. O facto é que "Ulisses" é considerado impenetrável e de difícil leitura, fama que não abandonará jamais o romance de James Joyce. Escrito em 18 capítulos, existe já um ensaio que nos facilita a leitura, explicando-nos, o livro maior de Joyce. Pergunta-se estará o mundo realmente dividido entre as pessoas que leram e as que não leram "Ulisses"?
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