quinta-feira, 30 de junho de 2011

RESULTADOS PRELIMINARES DOS CENSOS 2011

Foram agora anunciados os resultados preliminares dos Censos 2011. À data de 21 de Março passado, os residentes no concelho de Mação eram em número de 7383. Há 10 anos a população era de 8442 habitantes. Numa década perderam-se 1059 pessoas, o que não deixa de ser dramático para o futuro do concelho.

A PARTIDA DE ANDRÉ VILLAS-BOAS

Inesperadamente André Villas-Boas abandonou o Porto e foi viver para Londres. Deixou órfão o clube mais representativo da cidade e os seus milhares de fãs. Ninguém o poderia adivinhar face às juras de fidelidade, afirmava-se, que havia proferido. Confirma-se, porém, que o que é verdade hoje, amanhã pode não ser. Na apresentação aos sócios do Chelsea, André quer construir um special group, por oposição a José Mourinho que se havia  intitulado special one, quando passou, com grande sucesso, por aquele clube. Abandonou os dragões por dinheiro, por desafio a si próprio, por imaginar que o País é demasiado pequeno para o seu valor. Impossível saber. Tem à sua frente uma tarefa difícil, apagar da memória dos adeptos José Mourinho e ganhar, ganhar tudo, ou quase tudo. Não será fácil André. 

sexta-feira, 24 de junho de 2011

RELEMBRANDO O MEU PAI

Para além de actor de teatro e, mais tarde, encenador, vindo mesmo, em 1971, a conquistar o "Prémio António Pedro" de encenação, outorgado pela Secretaria de Estado da Informação e Turismo, o meu Pai dedicou-se, também, às letras, escrevendo para diversos jornais e fazendo poesia, em especial quadras populares.Todas estas actividades foram desempenhadas como amador, por amor à arte, como nessa época se dizia. Relembro-O hoje dia de São João. Ganhou, em 1956, o concurso de quadras populares que o Jornal de Notícias, do Porto, promovia anualmente pelo São João, com as quadras que aqui transcrevo: 

                                                   Triste fonte d'água impura
                                                   Como estás abandonada!...
                                                   Só eu nesta desventura
                                                   Por tantos sou procurada!
                                                                                                                     
                                                  
                                                   Só tendo fumo o balão
                                                   Pode fazer a subida...
                                                   Tantos há que também são
                                                   Balões a subir na vida!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

REGRESSO A MAÇÃO

                                  Parque de Estacionamento de Bicicletas no Monumento ao Pe. Figueiredo

Muito calor, natural numa zona do interior, já bem perto da Estremadura espanhola. Feriado, dia do Corpo de Deus. Festa da comunhão na igreja Matriz. Durante a tarde ninguém nas ruas, pudera, o calor aperta. Este fim de semana começa o ciclo de festas de verão com o Happy Rock,  a crise toca a todos e por isso o cartaz não tem nomes sonantes. A noite não trouxe ninguém para as ruas, nem sequer  procurando ar fresco. Cafés vazios. Mação não tem gente.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

COELHO VIAJA EM CLASSE ECONÓMICA

Numa de pura demagogia, cai bem é preciso poupar, Pedro Passos Coelho voou para Bruxelas em classe  económica. Na Inglaterra Cameron obrigou os seus ministros a utilizarem os transportes públicos. Mais tarde veio a saber-se que a TAP não cobra bilhetes,desde há muito tempo, a ministros e secretários de estado.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

ESTIMATIVA DO INE

O INE estima que a população de Mação no final de 2010 seja de 6715 habitantes. No momento não são conhecidos os dados dos Censos 2011, mas possível e infelizmente, o número será inferior. Com uma população tão reduzida qual o futuro do concelho. E lembrar-me eu que quando aqui aportei a população ultrapassava os 20.000 habitantes.

sábado, 18 de junho de 2011

O CAMPO NA AVENIDA DA LIBERDADE

Desci a Avenida da Liberdade através de uma multidão que procurava (ou relembrava) encontrar o campo. Não me pareceu nada de extraordinário. Grandes hortas foram implantadas  na faixa central da avenida - pepinos, alfaces, tomates, feijão verde, etc., algum gado, maquinaria agrícola. O campo fez festa na cidade num ambiente que recria uma exploração agrícola. Não me pareceu. Ao fundo da avenida, paredes meias com os Restauradores, muitas famílias sentadas em mantas, faziam adivinhar que por aí se tinham efectuado piqueniques. No gigantesco palco o animador de serviço anunciava para o fim da tarde a presença de Tony Carreira. O campo na Avenida da Liberdade, para mim homem do campo, nem por sombras.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

GOVERNO NOVO

Foram hoje anunciados os nomes das personalidades que compõem o próximo governo. Quatro ministros oriundos da PSD, três vindos do CDS e quatro independentes. A maioria sem qualquer experiência governativa. Alguns, aparentemente, bons nas áreas donde são originários. Não se conhece ainda o seu programa. Este Governo tem de enfrentar grandes dificuldades para pôr em execução as directrizes da Troika. E quando começar a tocar nos privilégios de algumas classes possidentes então poderemos avaliar a sua força. Porque as medidas que recaírem sobre as classes mais desprotegidas essas são fáceis de aplicar e a resistência, coitados dos pobres, será mínima. Numa análise final parece-me que há demasiada juventude e pouca experiência de governação em muitas das pessoas escolhidas.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

NEGRO DESTINO

Como era suposto não recebi notícias animadoras. A vida continua semelhante à de um vegetal. Por isso mesmo, talvez, ninguém se tem preocupado. Deixei contactos e coloquei-me à disposição para o essencial.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

SEGURO E ASSIS

Começo a receber mensagens, quer no telemóvel, quer no computador, das candidaturas de Francisco Assis e António José Seguro. Desde a anúncio destes dois socialistas  irem a votos para secretário-geral do PS que fiz a minha escolha. O problema é que não sei se estarei disponível para votar no dia 22 ou 23 do próximo mês.

terça-feira, 14 de junho de 2011

BYE BYE BRUSSELS

                                        Grand-Place  -  Ícone de Bruxelas


No aeroporto de Zaventem  duas horas antes da partida do voo, por diversas razões, entre as quais o grande movimento de passageiros, a dificuldade e complexidade do controlo de entrada e a enorme extensão do aeroporto. A partida atrasou-se ligeiramente, porque, foi necessário retirar a bagagem de dois passageiros que não se apresentaram à entrada do avião. Reactores a aquecer, forte ronco das turbinas e avançámos naquelas imensas pistas. É um momento de sobressalto quando o avião, alcançando o máximo da velocidade, começa a descolar. Nunca se sabe o que poderá acontecer. O avião tem força suficiente para se manter no ar e subir para aqueles céus infindos ou, sem força de impulsão, vem estatelar-se no solo. À medida que tomámos altitude o coração regrediu para o ritmo normal e, então, já tranquilos rumámos a Lisboa. Ao deixarmos o aeroporto de Bruxelas sobrevoámos apenas terrenos agrícolas e bosques. Raras as casas. Até Lisboa a viagem decorreu calma, debaixo de um sol escaldante que rompia pelas janelas e sobre um amplo e belo mar de nuvens. Já em Portugal  apontámos para a costa e foi bonito ver as ondas  espraiando-se pela nossa costa. No horizonte o sol encaminhava-se para o poente. Atingimos, finalmente, o amplo estuário do Tejo, volteámos, em direcção a Lisboa, sobre o Cabo Espichel, sobrevoámos o monumento ao Cristo-Rei, vislumbrámos, ao longe, o pórtico da antiga Lisnave e passámos ao lado da ponte 25 de Abril, tão perto que quase nos permitia reconhecer as marcas dos automóveis que nela circulavam. E descendo para o aeroporto da Portela, foi possível sobrevoarmos, bem próximo, milhares de telhados das casas de Lisboa. E questionei-me, e se um dia um avião cair sobre a capital. Quem assume a responsabilidade de termos um aeroporto dentro da cidade. E com os mesmos sobressaltos da partida, aterrámos, finalmente, em Lisboa. A noite tinha coberto a cidade com o seu manto de escuridão.

PARC DE BRUXELLES

                                                  Palais de la Nation


Obras de manutenção do Metro obrigam a transbordo entre as estações de Montgomery e Arts-Loi. Na viagem de autocarro passo junto de muitos edifícios pertença da Comunidade Europeia. Reparo nas instalações do Banco da China. De novo no Metro sigo para a estação de Park. Saio e atravesso o Parc de Bruxelles. Este jardim que data de 1774, é frequentemente chamado de Parc Royal ou, simplesmente, le parc. Foi aqui que os voluntários belgas atacaram os holandeses por alturas da revolução de 1830, que iria culminar num Estado tampão belga. Um belo espaço de 450 mts. por 320 mts. entre o Palais Royal e o Palais de la Nation, parlamento que alberga a Câmara dos Representantes e o Senado. Geométrico e selvagem, por causa das sua matas, este parque constitui um local ideal para piqueniques. O conjunto está rodeado por belos edifícios Luís XVI.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

LIVRARIA TROPISMES

                                                Galeries Royales Saint Hubert


A dois passos da Grand-Place, nas magníficas Galeries Saint-Hubert, numa passagem lateral denominada Galerie des Princes, descobri uma livraria diferente das outras. Instalada num antigo salão de baile para jovens raparigas de boas famílias. Tudo intacto, as paredes recobertas de espelhos, a sua grande "mezzarine" (pequeno andar entre dois grandes), os tectos magníficos feitos de estuque brilhante, colunas decoradas e, naturalmente, milhares de livros. Lá encontrei muitos autores portugueses, em francês evidentemente, Pessoa, Saramago, Torga, Lobo Antunes, etc..Chama-se Librairie Tropismes. Adquiri uma História da Bélgica, a fim de conhecer as raízes do país que tantas vezes visito.

sábado, 11 de junho de 2011

NA PÁTRIA DA BD - II

                                                               BD Mural                     
Na Rue du Marché au Charbon

CATEDRAL DE SAINTS-MICHEL-ET-GUDULE

                                             Catedral de Saints-Michel-et-Gudule


Já em jeito de despedida fui visitar a Catedral de Saints-Michel-et-Gudule. Um pouco perdido, o badalar dos seus sinos rapidamente me ensinou o caminho da igreja onde os Reis da Bélgica se baptizam, se casam e, também, são efectuadas as suas exéquias fúnebres. Saints-Michel-et-Gudule é um raro exemplo de uma catedral de estilo francês com duas torres, no coração do Brabante. Constitui um dos mais belos livros de imagens em "3 dimensões" da história do gótico. Nos seus vitrais, realizados entre 1537 e 1538 estão representados as grandes personagens da época, Luís II e Maria da Hungria, Carlos V e Isabel de Portugal. Podemos ver perfeitamente o escudo de armas de Portugal. 

sexta-feira, 10 de junho de 2011

EMIGRAÇÃO

                                                      Barraca de Hot Dogs


Dia de Portugal, da Raça e de Camões, não sei se ainda conserva estes nomes o dia de hoje. Aqui, por Bruxelas, a comunidade emigrante é vastíssima, povos de todas as raças e de todas as origens, predominam, no entanto, os argelinos. Nada comparável a Portugal. A comunidade emigrante, ainda que numerosa, não tem relevância suficiente para ofuscar os nativos. O Boulevard Anspach, uma avenida de grande extensão, a partir da Bolsa e em direcção à Estação de Midi, está completamente povoado por argelinos, há uma diferença substancial, nesta avenida, entre belgas e emigrantes que nela circulam. Seguramente que os belgas não se sentirão bem...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

USOS E COSTUMES

                                                     Galeries Saint-Hubert


Os belgas regressam a casa cedo. A partir das 16 horas há um movimento grande de retorno. Metro, autocarro, comboio e automóvel  transportam-nos a penates. Permanecem, portanto, muito tempo em casa, então no inverno, com tanto frio e chuva, não será nada agradável calcorrear as ruas bruxelenses. Daí o seu grande interesse pela leitura e pelo coleccionismo. Bruxelas está pejada de livrarias e, também, de muitos estabelecimentos dedicados à compra e venda de livros usados, aliás, com uma enorme afluência. Na Rue de Midi, uma extensa artéria perto da Grand-Place, existem inúmeros estabelecimentos dedicados à venda de artigos para colecções, selos, medalhas, moedas, notas, etc. e também livrarias de usados. É precisamente nesta zona da baixa de Bruxelas que existe uma grande quantidade de bares frequentados pela comunidade gay e lésbica, que, aparentemente, é bem aceite pela população em geral. A bandeira do arco íris, símbolo do movimento gay está hasteada em variadíssimos locais. Existem poucos centros comerciais, não mais de três, encerrados ao domingo e com frequência razoável. Apercebe-se que não existe a febre dos centros comerciais. Daí encontrarem-se excelentes lojas, das mais conceituadas marcas internacionais,  nas ruas da cidade. Há, em Antuérpia, uma rua apenas destinada a peões, que é um autêntico centro comercial de excelência, percorrida diariamente por imensa gente.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

ROEDEBECK

                                                           Figura da BD


Fui reviver tempos passados em Roedebeck e almocei por lá, no Restaurant Le Guignol, muito antigo, mesas sem toalhas, apenas pequenas toalhas de papel com publicidade, aliás prática comum em todos os restaurantes daqui, com uma decoração relacionada com a arte das marionetas. Começo a encontrar muitas casas com evidentes sinais de degradação e abandono, o que não acontecia anteriormente. Um evidente sinal de crise, certamente o dinheiro não abunda para a recuperação dos prédios e os negócios estarão tão mal que não é aconselhável o risco em investir.

terça-feira, 7 de junho de 2011

DESORDRE/WANORDE

                                                       Wanorde/Desordre


À saída da Gare Centrale, importante estação de caminhos de ferro e metro, localizada no centro de Bruxelas, está instalada, em vários contentores,  a exposição Desordre/Wanorde, que exibe os mais estrambólicos trabalhos relacionados com as novas tendências da arte, nada que tenha a ver com a pintura e escultura que  conhecemos. Uma autêntica desordem naquilo que o comum dos mortais entende por arte. Difícil de entender e de explicar. Deixo um exemplo. Desci o Sablon e rumei à Grand-Place, a sala de visitas de Bruxelas, pejada de turistas, com predominância dos orientais, nem todos serão japoneses, a fotografarem incessantemente. É uma praça extremamente bela e sempre repleta de turistas. Hoje decidi almoçar no Restaurant Le Platt, já meu conhecido de outras andanças, na Rue du Marché au Charbon. Comi moules (mexilhões) um prato típico belga.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

EM BRUXELAS O CAFÉ CENTRAL

                                                           Café Central


Perto das Halles Saint-Géry encontramos um Café Central.

A CRISE

´                                              Église de Saint-Jean-Baptiste-au-Béguinage - Bruxelas

É a crise, certamente. Nesta minha visita a Bruxelas tenho encontrado muitos belgas, de meia idade, andrajosos, raramente sós, sempre a seu lado garrafas de vinho ou cerveja, sentados por esses bancos dispersos, profusamente, por toda a cidade. Enquadram-se bem mal numa cidade capital da Europa. Não sei de que vivem, nem como vivem, não os vi mendigar. Nas minhas primeiras visitas a Bruxelas não vi situações semelhantes, o que até, então, me surpreendeu. Pedindo nas ruas, como agora, já se encontravam mulheres oriundas do Magrebe. Também um fenómeno que constatei e que jamais havia visto, algumas prostitutas a oferecerem os seus préstimos, em pleno dia. Sinais da crise, será? Almocei num restaurante, meu velho conhecido de outras andanças, perto do Palácio da Bolsa. Comi um excelente steak (bife do lombo) à provençal, claro por um preço superior ao de cá, um café, por exemplo, custou € 2,50. Encontrei uma praça de Espanha, bem menos imponente que a grandiosa praça alfacinha, onde se encontra erigida uma estátua com as figuras de Quixote e Sancho Pança.

domingo, 5 de junho de 2011

FESTA À MODA DE 1900

                                                        Três convidados


Eles e elas, vestidos à moda de 1900, entravam no Hôtel de Ville, na Grand-Place, para uma festa comemorativa daqueles anos loucos.

FEIRA DA NATUREZA NOS JARDINS DO CINQUENTENÁRIO

                                      Hôtel de Ville desde a Place d'Espagne - Bruxelas               

Tive pena de não poder exercer o meu direito de voto, porém não foi possível, também valeria de pouco. O PS, como profetizavam as sondagens, foi claramente derrotado. Seis anos de governo, a crise acentuada em que o país está envolvido, os milhares de desempregados, não auguravam nada diferente de uma derrota. Espera-se que a coligação PSD-CDS seja capaz de implementar as medidas da troika, para tal será preciso muita coragem para enfrentar os diversos e poderosos lobies que se movimentam à sombra dos governos e as famintas legiões partidárias que se querem aproximar do pote. À tarde passei pelo Jardim do Cinquentenário onde decorria uma Feira do Ambiente. Muita gente, especialmente jovem, raros emigrantes, o que não estranhei, são causas que pouco lhes dizem. Muitas barracas, semelhantes à da nossa Feira-Mostra, relacionadas com tudo o que envolve o ambiente. Claro, lá como cá, encontravam-se muitas barracas de comes e bebes e a cerveja vendia-se bem. Num palco gigante iam actuando diversos artistas que faziam o encanto dos mais novos. Entretanto do alto da porta do Cinquentenário os mais corajosos faziam exercícios de rappel.

sábado, 4 de junho de 2011

FUTEBOL LONGE DA PÁTRIA

                                                            Ainda Lieja


Portugal 1 - Noruega 0. Apreciei este jogo de futebol com alguma emoção e todos nós, portugueses muito longe da Pátria, satisfeitos com o resultado conseguido pela nossa equipa. Ontem havia assistido ao Bélgica 1 - Turquia 1 e pude constatar a diferença entre o nosso futebol e o destes países. Continua por aqui o calor intenso, que me surpreende e a todos.

NO PÁTRIA DA BD - I


                                                                BD Mural

Numa rua transversal ao Boulevard Anspach

sexta-feira, 3 de junho de 2011

LIEJA

                                          Lieja - Barcaça navegando no Rio Mosa 
                                              


Finalmente hoje fui visitar Lieja, a terceira maior cidade do país e a primeira da Valónia, com uma população estimada em 187000 habitantes. Em Lieja o velho e o novo co-habitam harmoniosamente, emprestando uma característica única à cidade. É ainda o Mosa a dividir o burgo, na sua longa caminhada para o norte, passando sob quatro pontes que ligam as duas margens. A dois passos da praça Saint-Lambert e do coração histórico de Lieja, uma escadaria de 407 degraus, entre casario, liga a baixa da cidade a uma pequena montanha, a Cidadela, onde se encontra implantado um monumento aos soldados mortos nas guerras de 1914/18 e 1939/45, e donde se desfruta uma espectacular imagem da cidade ardente, como é conhecida, e do vale do rio Mosa. Pode-se divisar, bem longe, entre muitos telhados, a cúpula da estação de caminho de ferro, projecto do nosso bem conhecido Santiago Calatrava. Aguentei a subida daquela tremenda escadaria que, a certa altura, me pareceu infinda. Atingido o seu términus soube bem uns momentos de descanso a apreciar Lieja a meus pés. A história arquitectural de Lieja começa realmente nos começos do ano mil quando o primeiro príncipe-bispo, Notger, demonstra ser um grande construtor. A partir desse período todas as grandes correntes da arquitectura vão imprimir a sua marca à cidade: românico, gótico, renascentista, barroco clacissismo, etc.. Dentro dos monumentos mais conhecidos e merecedores de uma visita encontram-se as Colegiadas de Saint-Barthélemy, de Sainte-Croix, de Saint-Denis, de Saint-Jean-Evangéliste e Saint-Martin, a Catedral de Saint-Paul, a Igreja de Saint-Jacques e o palácio dos Princes-Êveques. A cidade possui um grande número de museus, de que se destaca o Museu da Arte da Valónia. Notável é também a Ópera Real da  Valónia, que remonta a 1816 e que o visitante não deve deixar de apreciar. Como em toda a Bélgica a mistura de raças é enorme. Uma referência, ainda, para a figura do Inspector Maigret, célebre criação do escritor belga George Simenon, sentada num banco de jardim  com o seu inseparável cachimbo.     

quinta-feira, 2 de junho de 2011

ARDENAS E LUXEMBURGO

                                                    Dinant - A Bandeira Portuguesa ao Vento


Dia de Pentecostes feriado nacional. Como se sabe o catolicismo é a religião predominante da Bélgica. Visita ao Luxemburgo, país detentor de um dos mais elevados níveis de vida da Europa. Partimos com destino às Ardenas, a sudeste do território. Como tudo é relativamente perto e o país está servido por uma excelente rede de auto-estradas, é cómodo e rápido viajar, e barato, pois não existem portagens. Um senão, os combustíveis são mais caros do que em Portugal. As auto-estradas estavam saturadas e, por vezes, circulava-se quase a passo de caracol. Atravessámos Namur, uma das mais importantes cidades do país, bordejámos Lovaina-a-Nova, cidade construída de raiz para nela ser instalada a universidade católica, "expulsa" de Lovaina pelos flamengos. Bordejámos, durante muitos quilómetros o rio Mosa, nascido em França, com uma extensão de 950 quilómetros e que vai desaguar no Mar do Norte, em terras holandesas. Encontrámos uma paisagem muito bela, pois o rio corre entre montes que no seu sopé possuem uma agricultura pujante. Passámos numa zona de intenso cultivo de morangos, famosos na Bélgica. O Mosa é navegável em toda a sua extensão e para esse efeito, foi necessário construírem-se várias oclusas no seu percurso. Fomos encontrando muitos batelões atracados às suas margens, feriado, não se trabalha. Atingimos Dinant, uma pequena cidade, apertada entre altas encostas, vivendo essencialmente do turismo proporcionado pelo rio Mosa. Muitos restaurantes e bares nas suas margens, cruzeiros e pequenas embarcações sulcavam as águas. Almoçámos num acolhedor e típico restaurante, pertença da famosa cervejeira Leffé, com instalações fabris em Dinant. Nada de especial, truta grelhada com batata cozida e molho de manteiga, ementa possível em Portugal, acompanhada de cerveja Leffé, tudo isto por um preço razoável. Ficamos emocionados quando longe da Pátria encontramos hasteada a bandeira portuguesa e tivemos esse grato prazer, a bandeira verde-rubra hasteada ao lado de outros símbolos europeus precisamente numa das pontes que liga as duas margens do rio Mosa. Deve ser difícil viver em Dinant durante o inverno, certamente com poucos turistas, muito frio, muito nevoeiro, a maior parte dos estabelecimentos encerrados. Imaginei esse cenário triste num dia brilhante de sol quente mas com uma ligeira brisa. Ala milhano a caminho de Bouillon, uma pequena cidade em tudo semelhante a Dinant, com bastantes turistas também, e a beleza que lhe dá o Mosa. Tentámos visitar o castelo de Fernando de Bulhões, implantado numa das encostas da cidade, as horas de visita tinham terminado. Estávamos em plena Ardenas, onde se desenrolou a célebre batalha do mesmo nome, durante a última guerra mundial. Deixámos para trás Bouillon e rumámos em direcção ao Luxemburgo. Aqui a fronteira estava bem sinalizada, o viajante tinha perfeito conhecimento que estava entrando noutro país. Galgámos os quilómetros que nos separavam da fronteira e entrámos na cidade do Luxemburgo, enorme, amplas avenidas, edifícios grandiosos, e com um bloco de construções afecto à União Europeia, que surpreende pela sua grandiosidade. Feriado, também, daí haver um movimento diminuto de pessoas e automóveis e,

quarta-feira, 1 de junho de 2011

LOVAINA

                                              Praça do Município - Lovaina

Lovaina é uma das mais antigas e famosas universidades europeias situada na cidade com o mesmo nome. O burgo espraia-se por um imenso planalto e não tem, propriamente, um núcleo central. As várias faculdades dessiminam-se pela cidade pode afirmar-se que em quase todas as ruas do coração da terra se encontra uma faculdade ou um departamento da Universidade. Edifícios muito antigos e que naturalmente não darão grandes condições de conforto a mestres e estudantes. Cidade predominanemente estudantil nela abundam os bares, os macdonalds, as livrarias, as lojas de fotocópias. Muito comércio e excelente, numa das suas artérias encontrei lojas das melhores que temos nos nossos centros comerciais. Uma enorme praça, talvez com a área de um campo de futebol, ladeada de belíssimos edifícios antigos, está pejada de esplanadas, a que o colorido dos chapéus de sol e o alinhamento das cadeiras, empresta um estranho aspecto. Naquele fim de tarde poucos eram os clientes. Imagine-se o bruá quando as esplanadas estiverem repletas e, naturalmente, de gente jovem e das mais diversas nacionalidades.