sexta-feira, 18 de março de 2016

MEMÓRIA 1985 - A REUNIÃO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL NÃO DUROU UMA HORA!

Não chegou a durar uma hora a reunião ordinária da Assembleia Municipal de Mação, tendo como ponto único da ordem de trabalhos a «Reapreciação do quadro de pessoal da Câmara Municipal, por incorrecções do apresentado na reunião de Novembro».
Com dificuldade foi atingido o número suficiente de vogais para que a Assembleia pudesse funcionar, o que aliás já vem sendo usual.
No período antes da ordem do dia, e após leitura da acta da sessão anterior, apenas dois vogais se dispuseram a utilizar o tempo que o regimento lhes confere.
Maria José Costa (AD) chamou a atenção da Assembleia para a demora na construção da estrada de Cardigos, adiantando mesmo que uma comissão de cardiguenses estava decidida a vir expor o problema à Assembleia, só não o fazendo porque a representante  da AD lhes assegurou que apresentaria o assunto na AM. Prosseguiu a profª. Maria José  Cinta, uma das raras vozes interventoras  da maioria, a discorrer, agora sobre o ensino na freguesia que representa, apontando variados problemas. Elvino Pereira, presidente do Município, informou que estavam a ser contactados empreiteiros no sentido de se solucionar o problema apresentado.
António Diogo Aleixo, representante da APU, pretedeu esclarecimentos sobre as condições em que estava a ser efectuada a reconstrução do Cine-Teatro Municipal. «Com materiais fornecidos pela Câmara e mão-de-obra do empreiteiro», esclareceu Elvino Pereira. Diogo Aleixo aventou se não se estaria a verificar o chamado «trabalho negro». «Que não, o empreiteiro paga cima da tabela», retorquiu o presidente.
O vogal da APU quis saber o montante da verba atribuída ao Município ao abrigo do FEF e se o valor que apresentou - 125.000 contos aproximadamente - estaria correcto. Elvino  Pereira respondeu que oficialmente não tinha conhecimento e que, portanto, não podia confirmar nem desmentir.
Entrando-se na ordem de trabalhos, o presidente do Município esclareceu a Assembleia ter sido um erro do dactilógrafo e um lapso do funcionário que efectuou a conferência, o motivo da reapreciação do quadro de pessoal na presente reunião.
Só a oposição, APU e PS, solicitou alguns esclarecimentos, pelo que de imediato o novo quadro de pessoal foi posto à votação, tendo sido aprovado com duas abstenções. 
Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a sessão, com agrado de muitos vogais, dado o reduzido tempo que lhes tomou.

In Diário de Coimbra - 18/Março/1985

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