Também aqui foi comemorado o «Dia do Trabalhador» e com ele a restauração das liberdades fundamentais do povo português, só possível devido a arrancada formidável das Forças Armadas.
Sem qualquer propaganda prévia, apenas alguns cartazes manuscritos afixados em poucos estabelecimentos convidavam a população a integrar-se num cortejo cívico que pretendia ser o apoio do povo de Mação, e o seu contributo, a um Portugal novo, por todos, e sem excepção, desejado.
A concentração teve lugar na praça Gago Coutinho, pelas 15horas, tendo-se aí juntado um grande número de pessoas, rondando o milhar, que, cantando o hino nacional e entoando o estribilho «O Povo Unido Jamais Será Vencido», até à formação do cortejo que, precedido de diversas bandeiras nacionais e incluindo vários cartazes alusivos ao acto que ia decorrer, e alguns deles com saudações ao General Spínola e^às Forças Armadas, principiou a percorrer as mais importantes ruas da vila.
Finalmente, no largo dr. Samuel Mirrado, um dos paladinos da República neste concelho, teve lugar a manifestação com pequenos discursos proferidos por estudantes e trabalhadores, todos se congratulando com o movimento que derrubou um regime que tinha escravizado a maior parte da população do País durante quase meio século e todos manifestando o desejo que os portugueses contribuam, cada um dentro do seu campo de acção, para o renascer de um Portugal que não nos envergonhe no concerto das nações.
Como nota final, acrescentaremos que na manifestação se incorporaram muitas senhoras e as personalidades oficiais do regime deposto, algumas delas ainda com funções públicas.
In Diário de Combra - 4/Maio/1974
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