O visitante ao demandar Mação, colhe a desagradável impressão de chegar a uma terra abandonada: é a erva que cresce basta e livremente por todas as ruas e largos, são os caixotes do lixo recolhidos quando a tarde já começou, são os detritos a acumularem-se nas ruas, são as dezenas de casas abandonadas e em estado de ruína, é a falta de caiação e pintura da maioria dos prédios. Se os cuidados urbanísticos que regularam o desenvolvimento de Mação foram escassos, do que resultou a vila tornar-se um aglomerado de ruas tortas, sem qualquer sentido estético, a limpeza de ruas e prédios poderia tornar mais agradável, à vista, o que a beleza não bafejou. Mas parece que não se entende assim, preferindo-se que Mação mostre uma imagem de desleixo e abandono, em que a sujidade, pouco a pouco, vai tomando conta de tudo.
In Diário do Ribatejo - 25/Agosto/1977
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