Não tenho dúvidas que uma grande fatia do país futebolístico, abstraindo, claro está, os sportinguistas, gostou que a Académica de Coimbra conquistasse a Taça de Portugal, setenta e três anos depois de ter vencido o primeiro troféu, frente ao Benfica, no Campo das Salésias, em Lisboa, por 4-3. Essa mítica equipa de 1939 era composta por estudantes da Universidade de Coimbra. Em 1969, ano do luto académico, na penúltima presença da Briosa numa final da Taça de Portugal, também o time era composto por universitários. A Académica até 1974 foi conseguindo que a sua equipa principal de futebol fosse composta por estudantes, maioritariamente frequentando cursos universitários. Também jogaram, em diversas épocas, estudantes do Magistério Primário, lembro-me do internacional Bentes, e da Escola de Regentes Agrícolas, o Jorge Santos recordo, escolas actualmente consideradas institutos superiores. Com a transformação do futebol numa indústria que movimenta milhões, a Académica para se conseguir manter entre os maiores do nosso futebol, o que nem sempre aconteceu, foi forçada a abandonar essa tradição e a recorrer aos mercados. Actualmente, creio, a Académica não tem no seu plantel, na primeira linha, um único estudante universitário. A Académica hoje é um clube de parcos recursos, pouco acarinhada pela sua cidade e pela sua região e, até mesmo, por grande parte dos estudantes. Com esta vitória, na segunda competição mais importante do futebol pátrio e a presença, na próxima época, na Taça Europa, algo irá mudar talvez, esperemos para ver.
Sem comentários:
Enviar um comentário