Há já um ano neste contínuo correr de dias e de noites. Um ano que não deixa saudades. Um ano marcado por uma crise profunda que afecta todos ou quase todos os portugueses e que tem muitos responsáveis, tanto internamente como externamente. Desde logo a fraca qualidade dos políticos que nos têm vindo a governar, preocupados mais em defender os interesses próprios e de quem lhes está próximo do que gerirem de maneira adequada as políticas do País. A irresponsabilidade e o sentimento de que gozam de permanente impunidade tem lhes permitido governar de forma absolutamente desastrosa. Puseram-nos à beira da bancarrota, se é que não estamos mesmo em bancarrota. Culpam agora os portugueses de quererem viver acima das suas possibilidades, de gastarem demais, de recorrerem ao crédito descontroladamente, mas esquecem-se que, quando aderimos à então CEE, nos prometeram o nível de vida dos europeus. Espantosamente, sem um grito de revolta, os portugueses vão suportando os continuados esbulhos, as consecutivas mentiras, as promessas não cumpridas, a voz grossa para os pequenos e as doces palavras para os grandes. Até quando? E no nosso pequeno mundo, que é o concelho de Mação, tudo vai de mal a pior. O Centro de Saúde reduz o horário de atendimento, o Tribunal Judicial, seguramente, extinguir-se-á, há rumores sobre a transferência do Serviço de Finanças para um concelho próximo e o consequente fecho, cobram-se portagens na A23, encerram empresas das poucas que vão existindo, procede-se a despedimentos, há salários em atraso, anuncia-se a fusão de freguesias, a população mingua, até a TDT não funciona. Mação é uma vila sem movimento, sem vida, sem pessoas. E, no horizonte, não há esperança, por mais pequena que seja, para Portugal, para os portugueses e para os maçaenses. Doze meses horríveis.
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