quinta-feira, 31 de outubro de 2013

MEMÓRIA 1967 - FEIRA DOS SANTOS

Estão a chegar os primeiros feirantes para a Feira dos Santos. Principiam a montar-se as primeiras barracas, os primeiros carroceis. A pequenada extasia-se perante as cores berrantes dos automóveis eléctricos, dos aviões e das próprias barracas. Os adultos, esses já lhes não descobrem interesse, para eles as feiras há muito o perderam.
Efectivamente e Feira do dia 1 de Novembro, a mais importante do concelho, vem registando de ano para ano, cada vez menos gente e, por consequência, cada vez menos vendedores. Mas este morrer lento da feira tradicional não se verifica apenas aqui, é em todos ou quase todos os lados.
O homem, mesmo o do mais recôndito lugarejo, não precisa de esperar por uma feira para comprar aquilo que necessita: o automóvel vai a todas as partes, os vendedores descobrem os compradores nem que seja no cabo do mundo, e por isso cada vez menos se guarda o dinheiro para se gastar numa feira. É o progresso, é a necessidade constante de comerciar que não se compadece do passado e das tradições.

In Diário de Coimbra - 31.Outubro.1967

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