Gosto muito desta flor humilde, de beleza simples, que me enche os olhos, todas as manhãs, quando a vejo pela primeira vez, na varanda da minha casa. É lilás, mas há-as também brancas e amarelas. Vêem-se por toda a parte. A minha Maria Sem Vergonha quase tem morrido à sede, quando as ausências de Mação se prolongam demasiado. Mas renasce sempre, mal as primeiras águas lhe matam a sede. É como os gatos, tem sete vidas. Um dia cansa-se de viver e prega-me uma partida, seca de vez. Quem a teria baptizado de sem vergonha, nome tão feio para uma flor tão simples. Quando o sol não queimar tanto, corto um punhado de Marias e vou colocá-lo onde está parte de mim.
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