Fui visitar a parte ocidental e noroeste da ilha. Partimos em direcção a Ribeira Brava, nome que lhe vem da ribeira que atravessa a vila e que em tempos de grande invernia apresenta um grande caudal difícil de controlar. Ainda neste município decorrem as obras de recuperação dos estragos provocados pela ribeira durante a catástrofe do ano passado. Possui uma pequena mas bela marginal, junto à praia, que é muito desagradável, não tem areia, mas calhaus grandes e negros. O mar é lindo e apetece mergulhar nele. Ribeira Brava é feia, escondida pelos montes que a rodeiam. Vale-lhe a igreja, antecedida por um amplo largo com aquele maravilhoso tapete que as pedras em basalto lhe dão. Partimos para a Encumeada, a 1007 metros de altitude, lugar de visita obrigatória na ilha. Deste local, através de um extenso vale, avista-se o mar tanto a norte como a sul. Sempre circulando numa excelente auto-estrada rodámos em direcção a Porto Moniz, passámos junto a um extenso parque eólico, com elevada quota parte no fornecimento de electricidade à região e pela floresta laurissilva, considerada património mundial pela Unesco. Atingimos Porto Moniz famoso pelas suas piscinas naturais. As rochas que se transformaram em piscinas foram bem aproveitadas, dispondo de excelentes estruturas de apoio. Deu-me vontade de ficar naquela maravilhosa piscina. As ondas batiam e as águas invadiam aqueles lagos naturais. Como terra Porto Moniz nada tem de atraente. Seguimos para São Vicente, onde nos esperava o almoço, recordo o excelente peixe espada que nos serviram cozinhado à maneira da região. O restaurante tem uma interessante particularidade é rotativo, principiei a almoçar com os olhos virados para terra e acabei o almoço a olhar para o mar. Do nível do mar passámos rapidamente para 1418 metros de altitude e de um dia soalheiro no Funchal para muitas nuvens e chuva. Abandonado São Vicente rumámos ao Cabo Girão, o cabo mais alto da Europa - 580 metros - mas o nevoeiro pregou-nos uma partida, era tão intenso que não foi possível avistar o mar. A viagem aproximava-se do seu final, faltava-nos visitar Câmara de Lobos, nome que lhe vem do tempo da descoberta, por ser local em que abundavam os lobos marinhos, agora reduzidos a uma pequena colónia nas Ilhas Selvagens. A pequena enseada cheia de embarcações de pesca, continua a ser tão bela como nos tempos em que o antigo primeiro ministro da Grã-Bretanha, Winston Churchill, a visitou por duas vezes e pintou aí alguns dos seus quadros. Uma lápide numa varanda voltada à enseada atesta a passagem do famoso político. Atravessei algumas ruelas, pejadas de bares e com muitos madeirenses bebendo, era sábado. dia de descanso. Em Câmara de Lobos abundam as mães solteiras, com muitos filhos, oito, nove, cujos pais desconhecem, dizem-me. Também existe um teleférico, mas não o descortinei. A viagem terminava aqui. Breve estava no hotel, mas confesso, sem vontade de fazer outra viagem pela ilha.
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