Se há um realizador de que não perco uma fita é Woody Allen. Uns filmes mais do que outros, naturalmente, deixaram-me excelentes recordações: Annie Hall, Manhattan, O Agente da Broadway, A Rosa Púrpura do Cairo, por exemplo. Woody Allen foi durante muitos anos além de realizador brilhante, um actor excelente. Abandonou a interpretação há já alguns anos. Mal amado nos Estados Unidos, vive agora na Europa, à semelhança de outros actores americanos, e aqui tem realizado os seus últimos filmes. Match Point em Londres, na capital da Catalunha Vicky, Cristina e Barcelona e agora Meia-Noite em Paris, na cidade luz. A história conta-se em poucas palavras, de casamento marcado, Gil e Inês, estão de visita a Paris na companhia dos pais da noiva. Têm ainda algumas dificuldades em acertar agulhas no que diz respeito à vida em comum: ele é um argumentista de Hollywood que sonha viver em Paris para escrever o romance que lhe trará a glória, ela aspira a uma vida de luxo nos Estados Unidos. Uma noite, perdido na cidade, ao bater das doze pancadas da meia noite, é convidado por Scott Fitzgerald para uma visita a um café da moda dos anos 20, onde virá a conhecer Ernest Hemingway. Em noites sucessivas, sempre após a meia noite, frequentará os locais nocturnos de Paris mais célebres daquela época, travando conhecimento com as figuras mais importantes de então, Picasso, Dali, Toulouse Lautrec, Manet, o toureiro espanhol Juan Belmonte, Luiz Buñuel, Gertrude Stein, confundindo o sonho com a realidade. Claro, Gil acaba por ficar em Paris, mas já no ano 2010. Uma comédia a não perder, para quem tiver um cinema por perto a exibi-la.
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