A greve dos maquinistas da CP que se estendeu desde 23 a 25 de Dezembro, afectando milhares de portugueses, prolongou-se inexplicavelmente até hoje, deixando a Guarda sem comboios. Fui, por essa situação, forçado a utilizar o autocarro, um transporte que não me é particularmente agradável. O dia, embora acentuadamente frio, suportava-se mercê da presença de um sol liberto de nuvens. A viagem, em grande parte utilizando a agora portajada A23, tomar-nos-ia quatro horas e meia. Primeira saída da auto-estrada para passarmos pela vila de Álvares Cabral, Belmonte, e aí recebermos alguns passageiros. Ainda utilizando as denominadas estradas nacionais rolámos até à Covilhã, para na zona nova da cidade, nos socalcos da serra, com a faculdade de Medicina à vista, entrarem mais jovens viajantes de mochila às costas. De novo na A23 esquecemos o Fundão e seguimos para a capital do distrito. Mais gente para entrar em Castelo Branco. Velhos e novos. Os que ficavam pelo caminho deixavam os seus lugares aos novos passageiros. O terminal de camionagem de Castelo Branco é a imagem da degradação e da sujidade, uma vergonha para a cidade. Esperava-me ainda uma surpresa, a saída da auto-estrada para,no alto do Fratel receber passageiros. E a partir desta terra bem minha conhecida foi sempre a engolir quilómetros até Lisboa. Quando passei junto à saída para Mação fantasiei pedir ao motorista para efectuar um pequeno desvio e deixar-me em casa. O pensamento é livre.
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