sábado, 28 de janeiro de 2012

ESTA SEMANA

"As reformas não chegam para pagar as minhas despesas", esta a frase fatal proferida pelo Presidente da República no Porto. Uma vez mais Cavaco Silva meteu o pé na argola e os Portugueses não lhe perdoaram, agora que uma grande parte está a atravessar um período de  dificuldades económicas. Há um ano Cavaco optou pelos 10 mil euros mensais de pensão em vez dos 6500 euros de vencimento como Chefe do Estado. Também, por esta atitude, já não ficou bem na foto. Se não consegue viver com 10 mil euros, como poderão aqueles portugueses que ganham o salário mínimo. Esta polémica percorreu toda a semana. Após quase um mês de ausência regressei a Mação. Pouco movimento na A1 e, posso estar enganado, pareceu-me que na A23 circulavam menos veículos. É certo tratava-se de uma tarde de domingo, mas os aumentos nos combustíveis e a aplicação de portagens afectaram muito os bolsos de todos nós. Ao entardecer fui dar uma volta pela vila, para quem, após um período prolongado vivendo no meio de um turbilhão de gente, percorrer as ruas de Mação e não se cruzar com ninguém, deparar com os cafés vazios, pouco movimento de automóveis, tem forçosamente que se sentir angustiado. Apesar de Passos Coelho tentar desmentir que não existe corrida aos lugares de Estado, por parte de pessoal laranja, a realidade é diferente, hoje Vasco da Graça Moura, antigo deputado europeu do PSD, entre outros cargos políticos, tomou posse da presidência do Centro Cultural de Belém. Soube-se que o processo de Isaltino Morais já se encontra de novo no Tribunal de Oeiras que decidirá se o procedimento criminal prescreveu ou se o enviará para a cadeia, como aliás já, por duas vezes, solicitou o Ministério Público. Quase apostaria que o Isaltino jamais porá os pés na cadeia. O jornalista e escritor Pedro Rosa Mendes viu o seu programa de crónicas irradiado pela RDP cancelado, após a emissão de uma polémica crónica sobre Angola relativa ao programa Prós e Contras transmitido de Luanda. Como precisamos do dinheiro de Angola, melhor dito dos investimentos, não se pode criticar o país de José Eduardo dos Santos. O Governo ensaia novo modelo de gestão autárquica, extinguir 1300 freguesias, criar comunidades intermunicipais, fazer gestão integrada dos meios municipais, com estas novas estruturas dirigidas por um conselho de administração, não escolhido por sufrágio dos eleitores, o que enfraquece o seu poder democrático. Para já o PS não está de acordo. Veremos o que vai dar. Finalmente, e no maior secretismo, o Governo acordou com a Madeira um programa de auxílio processado nas mesmas condições da ajuda externa a Portugal. O Governo extingue os feriados de 5 de Outubro e 1 de Dezembro e, em contrapartida, a Igreja que neste caso parece ser um Estado dentro do Estado "cede" os feriados do Dia do Corpo de Deus e o 15 de Agosto Dia de Nossa Senhora da Assunção. O ministro Álvaro dos Santos Pereira justificou "Para a Igreja era muito importante haver simetria e nós concordámos que fazia sentido haver simetria de feriados civis e religiosos". "O Governo aceitou o que a própria Igreja nos disse". No noticiário matinal da RTP, revista de imprensa, vejo no Diário de Notícias "47 Tribunais Fechados". Vou comprar o jornal, tendo quase a certeza do que ia ler e, infelizmente,  Mação passará para Abrantes, por encerramento do seu Tribunal. Acaba pessimamente esta semana. Passei esta tarde pelo Cine-Teatro, para assistir ao seminário "Da Terra à Mesa: Produto Local, Riqueza Nacional". Como sempre, poucos assistentes, não chegariam aos cinquenta, daí ter o seminário principiado com muito atraso. Os assuntos expostos não eram do meu interesse, saí ao intervalo.

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