segunda-feira, 1 de abril de 2013

NARRATIVA & EMBUSTE


O regresso do odiado José Sócrates redundou num sucesso dificilmente previsto. Desde logo a audiência televisiva que atingiu 1,6 milhões de telespectadores. É obra. Podem continuar a dizer mal do homem, mas a verdade é que imensos portugueses, ainda que não o apreciem, tiveram vontade em ouvi-lo. Claro, como os media de imediato afirmaram, nem tudo o que disse são verdades ou inverdades, só a História poderá validar a sua "narrativa". Desta entrevista nasceu de imediato uma constatação, o PS, no momento actual, precisa de um líder com as qualidades de José Sócrates, frontal, fluente no discurso, assertivo e duro, não refiro que seja Sócrates - ele próprio, há muitas feridas ainda em aberto, mas um secretário-geral portador das características do ex-aluno da Sorbonne. Também foi possível saber-se que a narrativa do governo relativamente às origens da actual crise não é tão límpida como a água que brota da mais pura nascente, há muitos embustes pelo meio. Quanto a Cavaco Silva, a mão que se esconde atrás do arbusto, levou para pensar. Todos nós conhecemos o carácter mesquinho, vingativo e pequenino do Presidente (prefere receber o valor das suas reformas, por mais elevado, do que auferir o vencimento de PR e, os seus rendimentos mensais, são insuficientes para viver) mas que o Senhor Silva se vingará das acusações de JS não existe a mais pequena dúvida. Referência ainda para a perseguição que tem sofrido por parte do Correio da Manhã. Desta entrevista resultou que algo começa a mudar. Já ouço por aí comentários que afinal JS não é o único culpado de todo o mal que nos vem acontecendo e que se o PEC IV tivesse sido aprovado, provavelmente, a Troika não nos tinha batido à porta.

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