Fé, nos esforços de cada um de nós para que 2012 não seja tão horrível como nos vêm pressagiando. Esperança, de conseguirmos atingir o final de 2012 sem ficarmos seriamente molestados. Caridade, com aqueles, muitos, que efectivamente vão passar grandes necessidades em 2012, ajudando-os, dentro do que nos for possível.
Sonha como se vivesses para sempre. Vive como se fosses morrer hoje. (James Dean)
sábado, 31 de dezembro de 2011
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
CIRQUE DU SOLEIL
Intervalo do Alegria no Pavilhão Atlântico
Hoje, um dia que me é muito especial, a família surpreendeu-me, e fomos todos assistir ao espectáculo Alegria do Cirque du Soleil. Deviam ter-me sondado e ficariam sabendo que os espectáculos de circo não são do meu especial agrado. Mas o facto é que o Cirque du Soleil não é um circo na verdadeira acepção da palavra, é mais um show entremeado com alguns bons números circenses, como por exemplo os contorcionistas, os malabaristas, os barristas e os trapezistas. O resto é um grande espectáculo, com muitos figurantes, muita música, muita luz e um cheiro especial a luxo e riqueza. A despeito dos ingressos terem preços consideravelmente elevados o Pavilhão Atlântico apresentava uma assistência bastante numerosa, o que parece querer significar que a crise ainda não afecta muitos portugueses.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
DA GUARDA ATÉ LISBOA
A greve dos maquinistas da CP que se estendeu desde 23 a 25 de Dezembro, afectando milhares de portugueses, prolongou-se inexplicavelmente até hoje, deixando a Guarda sem comboios. Fui, por essa situação, forçado a utilizar o autocarro, um transporte que não me é particularmente agradável. O dia, embora acentuadamente frio, suportava-se mercê da presença de um sol liberto de nuvens. A viagem, em grande parte utilizando a agora portajada A23, tomar-nos-ia quatro horas e meia. Primeira saída da auto-estrada para passarmos pela vila de Álvares Cabral, Belmonte, e aí recebermos alguns passageiros. Ainda utilizando as denominadas estradas nacionais rolámos até à Covilhã, para na zona nova da cidade, nos socalcos da serra, com a faculdade de Medicina à vista, entrarem mais jovens viajantes de mochila às costas. De novo na A23 esquecemos o Fundão e seguimos para a capital do distrito. Mais gente para entrar em Castelo Branco. Velhos e novos. Os que ficavam pelo caminho deixavam os seus lugares aos novos passageiros. O terminal de camionagem de Castelo Branco é a imagem da degradação e da sujidade, uma vergonha para a cidade. Esperava-me ainda uma surpresa, a saída da auto-estrada para,no alto do Fratel receber passageiros. E a partir desta terra bem minha conhecida foi sempre a engolir quilómetros até Lisboa. Quando passei junto à saída para Mação fantasiei pedir ao motorista para efectuar um pequeno desvio e deixar-me em casa. O pensamento é livre.
domingo, 25 de dezembro de 2011
MAIS UM DIA DE NATAL
Natal em Freixedas
Tantos são já os dias de Natal passados na vida, que quase lhes perco o conto. Alguns, há muitos anos, longe daqueles que estimaríamos ter por perto; outros rodeados de muita família; reduzidos aos familiares mais próximos ainda outros; alguns, desgraçadamente, com doentes ausentes ou presentes; poucos, bem pior, com a partida definitiva de quem era imprescindível nas nossas vidas e também alguns com a alegria dos que vão nascendo e, assim, nos dão a certeza de nos prolongarmos para além do eterno. O meu Natal agora é bem diferente, a memória activa-se e conduz-me a outros natais em que, efectivamente, me sentia feliz.
sábado, 24 de dezembro de 2011
NATAL EM FREIXEDAS
Freixedas - Igreja Matriz
O frio empurrado pelo vento norte corta-me o rosto. Vale o sol que emite os seus quentes raios e me vai aquecendo. Percorro as ruas desertas e, raramente, me cruzo com alguém. Tarde fria de sábado, para mim visitante originário de terras mais doces. Raras são as pessoas, vão tão resguardadas que mal lhes topo o rosto. Não tardará a hora da ceia de Natal. No inverno os dias correm rápidos. Aqui, em terras da Beira Alta, não pode faltar na mesa o arroz de polvo, além claro está, do bacalhau acompanhado das saborosas batatas e das excelentes couves, tudo regado por um divinal azeite. Após a ceia, alguns mais corajosos enfrentaram o frio, que corta como facas, e foram assistir à missa do galo. Já a meia noite chegava a outras gentes e as bem embaladas prendas abandonaram o seu poiso, em redor da árvore de Natal, para irem parar às mãos dos seus satisfeitos (ou talvez não) destinatários. E quantos euros, meu Deus, saltaram daqueles bem cuidados embrulhos e voaram para a China.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
OUTROS NATAIS
Paços do Concelho de Mação
Os fados assim o decidiram, há muitos anos, mais de uma dezena, que não estou pelo Natal em Mação. Guardo muitas e inesquecíveis recordações de muitos natais nesta vila da Beira Baixa, que neste tempo, inevitavelmente reverei com muita saudade. Mas a vida não é o que ambicionamos, a vida corre-nos entre os dias com muitas tristezas e alegrias. Breve partirei para terras frias mas onde irei encontrar o calor natalício daqueles que me continuarão.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
MEMÓRIA - 22 DE DEZEMBRO DE 1967
VEREAÇÃO MUNICIPAL
Tomou posse recentemente nova vereação camarária composta pelos srs. Armandino Viegas dos Santos, Elvino Vieira Pereira, dr. Emanuel Sales Catarino e Manuel Marques, todos domiciliados nesta vila e aqui exercendo as suas actividades.
In Diário de Coimbra - 22/12/1967
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
MEMÓRIA - 21 DE DEZEMBRO DE 1962
A ACÇÃO DAS BIBLIOTECAS ITINERANTES
Periodicamente continuamos a ser visitados por uma biblioteca itinerante a qual alargou agora a sua acção a mais algumas terras do concelho Assim, estão actualmente a ser visitadas por um dos carros-biblioteca as povoações da Amêndoa, Cardigos, Chão de Codes, Ortiga e Penhascoso. É desnecessário encarecer o que representa para algumas destas localidades, bastante afastadas dos centros populacionais, a vinda da biblioteca, como veículo de cultura para os seus habitantes. A propósito, não seria possível a instalação nesta vila de uma biblioteca fixa, ao cuidado da Câmara, aproveitando-se para isso a Biblioteca Municipal existente e há já bastante tempo encerrada? Deixamos o alvitre a quem se possa interessar por ele.
In Diário Ilustrado - 21/12/1962
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
FELIZ NATAL
Para todos os funcionários públicos e reformados e, já agora, aproveito, férias muito agradáveis em 2012, são os sinceros votos do vosso «amigo» Vítor Gaspar.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
MEMÓRIA - 19 DE DEZEMBRO DE 1974
MUITA GENTE A RECENSEAR-SE
Segundo informações que colhemos junto dos diversos postos de recenseamento espalhados pelo concelho, a população está a recensear-se em elevado número. Manda a verdade, no entanto, que se diga que o cumprimento daquele acto cívico por uma parte da população é feito apenas para se furtar ao pagamento da multa que incidirá por todos aqueles que, devendo, não se inscrevem nos cadernos eleitorais. Em Mação, o posto de recenseamento está instalado no edifício dos Paços do Concelho e funciona, diariamente, das 19 às 23 horas.
In Diário do Ribatejo - 19/12/1974
sábado, 17 de dezembro de 2011
OS PRESÉPIOS DA MINHA VIDA
Um caixote de madeira, que havia servido para embalar barras de sabão, oferta do merceeiro, seria o local onde o nosso Pai montava o presépio. Todo o cenário era feito em papel grosso, convenientemente enrugado, para ficar com o aspecto de montes e vales e colocado sobre uma estrutura montada no interior do caixote e, depois, pintado em tons verdes e castanhos. O mais importante estava feito. Em seguida faziam-se os caminhos que subiam até ao céu e desciam até à gruta onde pastores, com as suas ovelhas, rodeavam José, Maria e o Menino Jesus. Como era de tradição os Reis Magos só seriam colocados no presépio quando o dia de Reis se aproximava. Papel azul servia de céu e as pratas dos maços de cigarros, recortadas, transformavam-se nas estrelas e na lua. Um espelho, rodeado de areia, era o rio, elemento fundamental no presépio. E havia muitos bonecos de barro, representando as mais variadas gentes e profissões, a prepararem-se para adorar o Deus Menino. E musgo, muito musgo na base do presépio, que nós íamos arrancar nos locais húmidos e sombrios. Todos os natais, a construção do presépio, "ajudando o nosso Pai", era a nossa alegria, a minha e dos meus irmãos. E na noite de Natal, junto ao presépio, deixávamos os nossos sapatos para recebermos o que havíamos pedido ao Menino Jesus. Passada a época natalícia, embalávamos, com o máximo cuidado, toda aquela bonecada de barro que esperaria doze longos meses para nos dar nova alegria. Fui mantendo ao longo da vida esta tradição do presépio, outrora com presépios mais completos e elaborados, ultimamente com pequenos presépios made in RPC que, para mim, apesar de simples, ainda contêm o mesmo significado. Agora, pena minha, as árvores de Natal substituiram os presépios bem portugueses que existiam nas nossas casas.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
MEMÓRIA - 15 DE DEZEMBRO DE 1988
FEDER DÁ 21 MIL PARA ESGOTOS E ETAR
A Comissão das Comunidades Europeias acaba de aprovar um projecto financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) destinado à construção da rede de drenagem de esgotos e estação de tratamento de águas residuais em Mação, no montante de 21 mil contos. Também já foi autorizada pela Secretaria de Estado de Turismo a construção de uma estalagem de três estrelas, na zona do Alto da Boavista, junto à pista de auto-cross, projecto apresentado pelo município local e que contempla, ainda, a construção de um "court" de ténis. Esta iniciativa insere-se no projecto em que o município de Mação aposta, de transformar este concelho numa zona turística, aproveitando para isso as albufeiras, as termas da Fadagosa e da Ladeira de Envendos e a grande mancha de pinhal que o povoa. A construção da estalagem está dependente, entretanto, das ajudas comunitárias.
In O Ribatejo - 15/12/1988
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
REFORMADA AOS 42 ANOS A DRA. ASSUNÇÃO ESTEVES
Li hoje e nem quero acreditar. A dra. Assunção Esteves, actual presidente da Assembleia da República para despachar o dr. Fernando Nobre do PSD, reformou-se como juíza do Tribunal Constitucional, aos 42 anos (!), com uma considerável pensão, em consequência de uma norma iníqua da lei do TC. Como exerceu funções no Parlamento Europeu e, actualmente, é presidente da Assembleia da República, será que acumula mais uma pensão e um vencimento com as respectivas mordomias? Evidente, no meio desta profunda crise os políticos salvam-se sempre e o povo é que se trama.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
MEMÓRIA - 13 DE DEZEMBRO DE 1967
MOVIMENTO NACIONAL FEMININO
À semelhança dos anos anteriores o núcleo de Mação do Movimento Nacional Feminino fez um apelo às classes trabalhadoras para que contribuam com uma hora de trabalho voluntário destinado ao "Natal do Soldado". Espera-se, como é já usual, o melhor acolhimento de todos os trabalhadores a este pedido.
In Diário do Ribatejo - 13/12/1967
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
A LÁPIS DE COR EXPÕE TRABALHOS DE ARTE
Rio Ocreza - Óleo sobre Tela - Autor Carlos Aleixo
Até ao dia 10 do mês em curso a Oficina de Pintura Lápis de Cor, desta vila, tem patente, no salão dos Bombeiros Voluntários, um conjunto de trabalhos efectuados pelos seus alunos. A exposição abarca dois tipos de discentes, os adultos e um conjunto de jovens, a estudarem naquele atelier de pintura. Os mais jovens, que ultrapassam a dezena, expõem alguns interessantes trabalhos, mas não observei nenhuma obra que me desse a sensação de estar perante alguém com qualidades para se vir a notabilizar no mundo das artes. Os artistas mais experientes mostram uma pintura institucional, com o uso específico de diversas técnicas, disposta no amplo salão dos Bombeiros. De um modo geral todos os pintores utilizam o estilo figurativo, o que torna a exposição um pouco monótona, pois não existe diversidade nos trabalhos expostos. Algumas das obras reflectem muito primarismo, mas bem distantes do estilo naif. Há, no entanto, um pequeno grupo de artistas que mostra uma acentuada evolução. Aqueles que me impressionaram pelas qualidades que denunciam chamam-se Ricky, Gady e Carlos Aleixo. De qualquer modo não é tempo perdido subirmos ao primeiro andar dos Voluntários de Mação e apreciarmos o que se vai fazendo por aqui, em termos de aprendizagem de pintura.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
COMO PROVA DE CONSIDERAÇÃO E AMIZADE
Na sua habitual reunião com os representantes dos partidos políticos, com assento na Assembleia da República, sempre que se vai efectuar uma Cimeira Europeia, desta vez nas próximas quarta e quinta feira, Pedro Passos Coelho informou, entre muitos variados assuntos, que, desta vez, e como prova de grande consideração e amizade que nutre pela senhora Ângela Merkel, se apresentará numa das reuniões vestido à moda de Munique, a conhecida cidade da festa da cerveja.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
NECROLOGIA INDUSTRIAL - II
A Fábrica Mirrado, fundada em 1889 por Vicente Mendes Mirrado, foi, durante muitos anos, a mais importante unidade industrial do concelho. Chegou a empregar mais de 120 trabalhadores, quase todos nascidos nesta vila. Muitas gerações de maçaenses originárias das classes mais débeis trabalharam na Fábrica (como aqui era tratada) alguns toda a vida, outros com passagens mais ou menos efémeras. Especializada no fabrico de lanifícios para senhora de altíssima qualidade, forneceu as mais conceituadas empresas de confecção e os melhores armazenistas de tecidos do país. Exportou para todo o Mundo - Espanha, Grã-Bretanha, Suécia, Líbano, Iraque, Jordânia, Síria, Irão, Canadá, Angola, Moçambique, Hong Kong e Nova Zelândia. Vítima das alterações da moda, os lanifícios deixaram de estar em voga e passaram a usar-se algodões e fibras artificiais. A produção também se deslocalizou à procura da mão de obra barata, norte de África e Ásia foram os destinos. Estes dois factores originaram a morte da indústria de lanifícios em Portugal. Dirigida durante mais de meio século pelo Dr. José Pedro Mendes Mirrado, após o seu falecimento passou a ser administrada pelos netos do fundador Drs. José e Manuel Vicente Mirrado Canas. Cessou a laboração em Janeiro de 2005, após um longo percurso de 116 anos.
sábado, 3 de dezembro de 2011
ARTE URBANA V
Praça da Figueira. Lisboa. 2011. Autor não identificado. Painel fotográfico em contraste com a imagem real.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
O AZEITE DOS DUROS TRABALHOS
Apanha da Azeitona - Óleo sobre Tela - Autor Carlos Aleixo
É uma autêntica paixão. Este ano agravada pela qualidade e abundância dos frutos. Muita gente anda numa roda viva, está na época da apanha da azeitona. Já lá vai o tempo, há muitas dezenas de anos, que, manhã cedo, abalavam os ranchos, fazendo-se notar por aquele silvo prolongado arrancado ao búzio, que não mais ouvi, soprado por algum dos homens da companha, sinal característico dos ranchos, para regressarem ao final do dia, após uma jornada de intenso trabalho na colheita da azeitona. Actualmente grande parte das olivas fica nas árvores, ou porque não há quem as colha, ou porque os proprietários dos olivais morreram ou já não habitam por estes lugares. Não é fácil arranjar pessoal para as colher. Há muita gente, mais ou menos nova, mas que não pode trabalhar, porque não gosta, porque não precisa, porque está no fundo do desemprego ou porque recebe o rendimento social de inserção, abreviando, por aqui é difícil conseguirem-se braços para este trabalho. É, pois, muito complicado a colheita do fruto nos olivais. Daí muita ficar nas árvores até cair. O que vai valendo, ainda, são os familiares que dão uma ajuda, revezando-se na apanha das várias propriedades dos parentes. Há depois que escolher os lagares. Aqui, na vila de Mação já existiram três, agora não há nenhum. Tem que se levar a azeitona a moer a um dos vários que existem no concelho ou, mesmo, na vizinha freguesia de Mouriscas. Queixam-se os lavradores que os lagares é que ficam com a parte de leão. Naturalmente, pelo grande amor que nutrem pelas "suas" oliveiras não fazem contas a quanto lhes sai cada litro de azeite, com a agravante da produção ultrapassar largamente o seu consumo e a consequente dificuldade em venderem o excedente. Muito possivelmente ficaria mais barato comprarem-no num super-mercado. Mas nutrem a ilusão de consumirem o que foi produzido com o seu suor, o que, também, já não é verdade.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
HOJE
Faríamos uma pequena festa, lembrando-nos daqueles que estão muito longe. Haveria telefonemas de felicitações. Na mesa, que estaria farta, com as mais diversas iguarias, e os melhores vinhos, duas velas, e, cada uma delas, teria inscrito um número, o dos anos que se celebrariam. Recordaríamos, talvez, o passado. Tantos anos, tantos que lhes havíamos perdido a conta. Não faríamos projectos para o futuro, porque o futuro seria já amanhã. E tudo findaria num beijo que representaria uma vida de muitos anos. Seria um dia feliz, concerteza, a juntar a tantos que tivemos numa tão prolongada união. Mas os fados não quiseram que esta festa se realizasse.
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