Depois de um prolongado período de seca, com os prejuízos que a falta de chuva originou, começou em meados d mês a chover com grande intensidade, o que veio, de certo modo, afastar todos os maus presságios que se anteviam para o próximo ano, quer na possibilidade de abastecimento de água às populações, quer no da produção agrícola.
Mas quando nada o fazia prever, o Inverno entrou com tais ímpetos, como há muitos anos não sucedia.
E assim, à semelhança do acontecido por todo o País, foi esta região assolada por ventos ciclónicos, acompanhados de fortes bátegas de água. Para os mais timoratos, e lembrando-se do que vem sendo apregoado pelos seguidores muito activos de uma religião oriunda dos Estados Unidos, tal tempestade fazia-lhes acreditar que o fim do mundo estava à porta.
Após horas verdadeiramente angustiosas, a bonança surgiu: a chuva foi caíndo mas sem aquela intensidade que havia tido.
O balanço, felizmente, pode considerar-se satisfatório, comparando-o com o que aconteceu por esse País fora: árvores caídas, muros derrubados, telhados destruídos, antenas da televisão tombadas, tudo danos menores.
Entretanto, e durante mais de 34 horas, o concelho esteve privado de energia eléctrica, consequência dos temporais, o que originou prejuízos elevados, especialmente à indústria, obrigada a paralisar.
In Diário de Coimbra - 5.Janeiro.1982