Foi no dia de hoje, mas há muito tempo, que aportei à "terra dos cucos", como, uma pessoa muito querida, apelidou Mação. Hoje chove, está frio e o vento sopra com intensidade, dia deveras desagradável, então o sol brilhava embora, para quem vinha doutro clima, o frio rasgasse o corpo. Vida longa, naturalmente, cheia de alegrias e tristezas, mas, no seu balanço, boa. Nesse tempo, tão distante, não existiam os chamados equipamentos sociais, mas em contrapartida, com abundância, existiam pessoas. Aos domingos, a praça era um mar de gente. À noite, todas as noites, qualquer que fosse o dia da semana, os cafés - Central (do senhor Manuel Aleixo), Esplanada (do senhor Manuel Lopes) e Ideal (do senhor João Vitorino) estavam repletos de gente, não era porque houvesse transmissão de um jogo de futebol, não sucedia nessa época, mas porque Mação era habitada e as pessoas conviviam. Consegui muitos amigos e, também, alguns inimigos - é o tributo à política - a maioria já abalou, o primeiro, que lembro com saudade, foi o Chico Neto, coração aberto para todos.
Hoje, passados, muitos e muitos anos, tenho grandes saudades desse tempo.