quarta-feira, 30 de abril de 2014

PRAIA DO CARVOEIRO BANDEIRA AZUL EM 2014


A Associação Bandeira Azul da Europa atribuiu, um ano mais, este galardão, à praia fluvial do Carvoeiro, no concelho de Mação. 
A relação das praias escolhidas, com bandeira azul em 2014, foi divulgada hoje.
A bandeira é atribuída às praias que cumpram três dezenas de critérios desde a qualidade da água à educação ambiental. 

quinta-feira, 24 de abril de 2014

O DIA 25 DE ABRIL DE 1974 EM MAÇÃO


Quinta-feira, 25 de Abril de 1974. O Sol rompendo pelas janelas anunciava um novo dia de Primavera.  Barbeava-me ao som da rádio favorita, o Rádio Clube Português, mas com grande surpresa,   em vez das músicas habituais, ouço marchas militares. O que se passa, interroguei-me. Não era usual este tipo de música logo pela manhã. 
E, em lugar do locutor do costume, talvez o Luís Filipe Barros, que animava as manhãs do RCP, ouço uma voz solene a anunciar "aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas" e de seguida, sucintamente, lendo um comunicado sobre o que estava a acontecer em Lisboa. 
Não percebi. A informação era demasiado sintética, mas algo se estava a passar na capital. Golpe da oposição (lembrei-me do 16 de Março), golpe da brigada do reumático, golpe da direita? Tentei adivinhar. Reuni a família e transmiti-lhes o pouco que sabia. 
Cerca das nove horas dirigi-me para a Fábrica, para mais um dia laboral. Já na empresa dei conta que quase ninguém sabia do golpe militar. O trabalho seguiu o ritmo normal. 
Cerca das onze horas, recordo perfeitamente, tivemos a visita de um técnico, vindo de Lisboa, para proceder à reparação de uma máquina. Uma boa oportunidade para saber algo de mais concreto. Às minhas perguntas respondeu-me que por Lisboa, nas ruas em que circulou, estava tudo calmo, igual aos outros dias, apenas na auto estrada Lisboa-Vila Franca de Xira, observou grandes movimentações militares de soldados, viaturas e blindados em direcção à capital. 
Após o almoço, no Café do Manuel Lopes, os clientes habituais, claro, o tema das conversas foi o golpe de Lisboa, mas ninguém sabia pormenores. Por volta das duas horas cada um de nós foi às suas vidas. 
A rotina não se quebrou, Mação, tal como hoje era uma aldeia grande, a vida prosseguiu igual ao dia anterior, sem sobressaltos ou agitações.
Não duvido que algumas figuras gradas maçaenses quer ligadas à Câmara Municipal,  à Acção Nacional Popular,  à Legião Portuguesa ou à PIDE, soubessem, realmente, o que se estava a passar em Lisboa. 
Após o jantar, como era hábito, dirigi-me ao Café do Pêra. Estava completamente cheio, todos com os olhos postos na televisão, vendo e ouvindo, avidamente, as notícias. Aos poucos ia-se conhecendo a natureza do golpe. Entre os clientes encontravam-se  alguns maçaenses que viviam e trabalhavam em Lisboa, tinham fugido da capital com medo da revolução...
Nos dias seguintes ao 25 e Abril por Mação nada aconteceu, a vida seguia igual, absolutamente calma.
O 25 de Abril só aqui chegou uma semana depois, na tarde de 1 de Maio, quando pela primeira vez os maçaenses se pronunciaram sobre os novos ventos que sopravam em Portugal. O primeiro Dia do Trabalhador, em liberdade, teve honras de manifestação. 
Embora o cortejo, formado na Praça, demorasse a arrancar, o medo era latente, acabou por ter inicio, já com muita gente incorporada e reunindo mais maçaenses à medida que avançava no seu percurso. Nele predominavam os jovens. Percorreu as principais ruas da zona antiga de Mação, onde vivia grande parte dos seus habitantes, e terminou no Largo Dr. Samuel Mirrado, conhecido republicano maçaense,  aí mesmo, alguns jovens estudantes e trabalhadores, com grande fervor patriótico, usaram da palavra enaltecendo os ideais de Abril. Foi uma bela jornada patriótica. 
O medo do fascismo tinha acabado definitivamente.

sábado, 19 de abril de 2014

FRANCISCO SEQUEIRA

A madrasta da vida juntou-nos há pouco tempo. Foi a oportunidade para termos longas conversas, sobretudo à volta de  Mação, onde ambos vivemos intensamente os últimos cinquenta anos. Lamentámos, muitas  vezes, o declínio  a que o concelho chegou, quantas oportunidades perdidas, tudo pela incapacidade demonstrada pelos políticos que ao longo dos anos têm dirigido a nossa terra.  Apesar da doença vivia a vida com grande intensidade, nunca o optimismo o abandonou mesmo nos momentos mais difíceis. Não cometo qualquer inconfidência ao referir quão desapontado estava com o comportamento de alguns que tinha na conta de amigos, o seu grande coração  levava-o a pensar que todos seriam como ele. Francisco Sequeira foi um homem de causas que nunca regateou o seu apoio às iniciativas de Mação. Perdi mais um Amigo. Faleceu esta manhã no Hospital de Abrantes onde se encontrava internado há já algumas semanas. Descanse em paz. 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

ÚLTIMOS DIAS DO FESTIVAL DA LAMPREIA


Poucos dias restam para que o primeiro  festival gastronómico do ano atinja o seu fim. Segundo os lamentos dos industriais de restauração desta vila, não foi um sucesso, a clientela, dizem, ficou muito aquém das suas expectativas. Não afina pelo mesmo diapasão o restaurante mais famoso do nosso concelho na confecção desta, para muitos, iguaria, sempre com grande concorrência e mais, com clientes vindos dos mais díspares e longínquos locais do país. Mas o facto é que a sua reputação  já está firmada há muitos anos e portanto quem quer degustar uma saborosa lampreia desloca-se à Lena da Ortiga. Não é sem razão que o restaurante é conhecido em todo o lado. Ao contrário, os restaurantes da vila de Mação ainda não conseguiram criar a fama de serem particularmente excelentes a cozinhar o ciclóstomo,  daí, talvez, a clientela não tenha sido a que esperavam. 
  

quinta-feira, 17 de abril de 2014

MORREU GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ


Desapareceu um dos grandes escritores do  século XX. Gabriel García Márquez faleceu  hoje, aos 87 anos, na Cidade do México. Prémio Nobel em 1982, foi o criador de obras clássicas como O Amor em Tempos de Cólera, Crónica de Uma Morte Anunciada e Cem Anos de Solidão, o seu mais notável  romance. Tendo sido um dos protagonistas da universalização da literatura hispano-americana.

MEMÓRIA 1972 - ESTRADA EM MAU ESTADO

Para que tudo não seja perdido é urgente a reparação da estrada municipal que serve as povoações do Pereiro, Castelo e Aldeia de Eiras, aqui a dois passos de Mação, e que é muito utilizada pelos automobilistas como via mais rápida para penetração na Beira Central.
Estrada de construção recente, a todos surpreende como, tão rapidamente, o seu pavimento abriu tantos e tão profundos buracos!

In Diário de Coimbra - 17/Abril/1972

quarta-feira, 16 de abril de 2014

PEDRO PASSOS COELHO ONTEM NA SIC


Entrevistado ontem na SIC por Gomes Ferreira, entre outras larachas, o Primeiro Ministro afirmou:
"O Governo já disse que não consegue repor os níveis de salários e pensões em 2015, aos níveis em que estavam em 2011."
E a dado momento esclareceu "o Governo não vai alargar os cortes sobre salários e pensões, não tendo o termo alargar, usado por Passos Coelho, o significado de prolongar, mas sim de aumentar."
E sobre a actualização das pensões Coelho afirmou "já existe uma solução duradoura: a actualização das pensões não pode deixar de ser indexada a aspectos da demografia ou a ritmo de crescimento da nossa economia." contradizendo o que havia afirmado anteriormente.
E cuidem-se os trabalhadores do sector privado, segundo Passos, "não podemos aumentar salários acima da produtividade". 

terça-feira, 15 de abril de 2014

MEMÓRIA 1979 - CONSELHO MUNICIPAL APROVA VOTO DE CENSURA À CÂMARA MUNICIPAL

Na última reunião do Conselho Municipal foi apresentada à votação dos seus membros a seguinte proposta:
- Considerando que o Conselho Municipal não foi regularmente convocado para se pronunciar sobre as contas da Câmara Municipal de Mação relativas ao ano de 1978;
- Considerando que o Conselho Municipal foi ultrapassado pela Assembleia Municipal de Mação, que aprovou as contas da Câmara Municipal de Mação relativas ao ano de 1978 no dia 14-3-79, antes do Conselho Municipal, convocado para o dia 16-3-79, se ter pronunciado como estabelece a lei;
 Propõe-se:
- Um voto de censura ao órgão municipal responsável pelos factos considerados.
- Que o voto de censura seja publicado nos lugares habituais em todas as freguesias onde os editais da Câmara Municipal são afixados
- Que a publicação referida seja efectuada depois de identificado o órgão responsável que deveria ficar expresso na publicação.
   Esta proposta foi aprovada por maioria.

In Diário de Coimbra - 15/Abril/1979