O Presidente do Município desta vila, fez distribuir, por toda a população o seguinte comunicado, que transcrevemos na íntegra:
«1º. - Que quando aceitou o cargo de presidente da Câmara, o fez com alguma relutância pelo facto de ser nomeado por uma Entidade e não eleito por votação dos munícipes, tendo pesado na sua decisão a percepção de que era bem aceite pela maioria, o que se tem provado por inequívocos testemunhos recebidos.
2º. - Que não estando «agarrado» ao lugar, com a ideia ou «vã glória de mandar», tem estado sim com o desejo de servir os legítimos interesses dos munícipes e promover o progresso e bem estar no Concelho.
3º. - Que decidiu seguidamente à Revolução de 25 Abril, colocar o seu cargo e a sua pessoa ao dispôr da Junta de Salvação Nacional, mantendo-se no entanto em exercício até decisão da mesma Junta.
4º. - Que tendo conhecimento do interesse e diligências feitas por pessoas estranhas ao concelho, no intuito de se constituir uma comissão administrativa, sugere que as pessoas contactadas se apresentem com suas credenciais de representatividade, para se propôr o problema à consideração do Delegado Distrital da Junta de Salvação Nacional.
5º. - Tendo nós prestado já o nosso contributo desinteressado ao serviço do Município, entendemos que a hora pode ser de renovação - se assim fôr entendido por quem de direito e a bem do concelho. Viva Portugal».
Segundo conseguimos apurar efectivamente um destacado membro da CDE do vizinho concelho de Abrantes já fez alguns contactos com anti-fascistas desta vila no sentido de se criar no concelho de Mação uma comissão de democratas.
Não nos foi possível saber se estará nos propósios dessa comissão, a tentativa de destituição do actual presidente do município e, bem assim, da vereação municipal.
In Diário do Ribatejo - 17/Maio/1974