SAÍDA LIMPA

Passos Coelho tem enchido a boca com a saída limpa. E não só ele. Por trás da saída limpa está uma dívida pública que representa 129% do PIB, a terceira maior da Europa. Alguma vez a pagaremos? Nascem muitas dúvidas, pelo menos os mercados desconfiam da nossa capacidade para a pagar. A verdade nua e crua é que não poderia haver outro tipo  de saída, uma vez que os países do norte da Europa, nomeadamente, Finlândia, Alemanha e Holanda, não estavam dispostos a dar mais dinheiro aos preguiçosos, dizem eles, daquele país do sul com tantas maravilhosas praias. Coelho não tinha outra alternativa. Quanto à narrativa associada, a da baixa da taxa de juros, não somos só nós a beneficiar dessa situação. A Espanha e a encalacrada Grécia também viram diminuir as suas taxas, consequência do afluxo de capitais vindos dos chamados países emergentes. São os ditames da economia.