sexta-feira, 20 de junho de 2014

SEGURISTAS E COSTISTAS

O tornado surgiu após as eleições europeias e as suas nefastas consequências  serão avaliadas  para finais do mês das vindimas. Entretanto, os ratos e as ratazanas, prestes a se afogar,  depressa abandonaram os seus bem proveitosos buracos. Perante a forte tempestade   acharam conveniente mudarem-se para zonas que lhes possam proporcionar um futuro  descansado. Na realidade os partidos transformaram-se em bolsas de emprego, com empregos bem remunerados. O forte aroma do poder impelido por ventos favoráveis ronda os socialistas, muitos deles sonhando com um ministério ou uma secretaria de estado, daí a sua gravitação.  Não surpreende que o líder tenha acusado o putativo líder de se chegar à frente, porque o partido, no seu entender,  vai ganhar as próximas eleições. Estamos acostumados a  aberrantes afirmações de António José Seguro,  não nos surpreendem. Sem surpresa portanto o discurso de vitória - curta -  nas europeias. Cola-se aos comunistas na moção de censura ao Governo, desconhecendo o texto do documento, onde, aliás, são feitas fortes críticas ao seu partido. Seguro tal como Coelho é um boy, senhor apenas de  um cv político-partidário. Durante muitos  anos deputado, ministro pela mão do seu amigo e conterrâneo António Guterres não deixou rasto, chegando à chefia dos socialistas após controlar o aparelho. Venceu dois actos eleitorais. Em tempos de forte austeridade com salários e empregos ameaçados, não se esperaria que os partidos no poder vencessem. A reacção à vontade de António Costa foi a pior, mostrando o que entende por democracia. Completamente de cabeça perdida, é a conclusão a que chegamos, quando se ouvem as promessas, de que jamais falou e que nunca lhe passaram pela ideia: redução de deputados, reforma no sistema eleitoral, nova lei de incompatibilidades e sistema eleitoral aberto para o PS. A marcação de eleições, a 28 de Setembro, para a escolha do secretário-geral,  entende-se como ganhar  tempo no  controlo das estruturas internas. O tiro  tem-lhe  saído pela culatra, muitas distritais estão a anunciar o  apoio a Costa. E a ideia de abrir a eleição a não militantes, contrariando normas estatutárias para se exercer o direito de voto? Agora, segundo os desejos de Seguro, a votação será aberta a qualquer gato sapato. Neste processo bizarro, porque introduzido de surpresa, os militantes não terão uma palavra a dizer? 
E António Costa? Reeleito há menos de um ano para presidir aos destinos da capital, se for escolhido para dirigir os destinos do PS, manda o povo de Lisboa às urtigas? Tem feito um bom trabalho na autarquia de Lisboa, a maioria absoluta comprova-o.  Deu boas provas como ministro da Justiça e, ao contrário de Seguro,  move-se com grande à vontade em todas as situações e é bem aceite pelos media. Mas porquê só agora se candidata?
Com a presença de dois antigo secretários-gerais, Mário Soares e Ferro Rodrigues, António Costa acaba de  apresentar em Lisboa a sua disponibilidade para se candidatar a secretário-geral dos socialistas. Perante uma sala repleta de militantes e simpatizantes António Costa defendeu que "o PS precisa de um dia vencer os tabus e conseguir fazer um dialogo alargado à esquerda, que seja construtivo, que não sirva só para fazer oposição". Uma boa ideia, a ver vamos, como diz o povo.

Sem comentários:

Enviar um comentário