A actividade de coleccionador do artista plástico Julião Sarmento foi agora partilhada no Museu da Electricidade, em Lisboa, onde o artista colocou à disposição do público parte da sua colecção de obras de arte integrando trabalhos de artistas nacionais e estrangeiros. No entanto o que é efectivamente marcante na colecção Sarmento são as ligações aos artistas que com ele têm partilhado o percurso de vida: é o caso das obras de Fernando Calhau, Rui Chafes, Juan Muñoz, John Baldessari, Lawrence Weiner, Rita McBride, Ernesto Neto, Cristina Iglésias, Michael Biberstain, Jorge Molder e Albano Silva Pereira.
Por outro lado, também artistas com os quais Sarmento não privou, contrariamente aos anteriores, integram a sua colecção, como é o caso de Robert Morris, Bruce Nauman, Joseph Beuys e Andy Warhol.
Assim, a colecção Sarmento não é uma colecção de coleccionador, é uma colecção de artista, na medida em que, através dela, tanto temos acesso às transformações da arte do período que lhe corresponde, como também temos uma visão em espelho do artista sobre as suas opções estéticas, obsessões, interesses e visões sobre a arte, em cada momento, reflectindo a própria obra do autor, vertido em recolector.
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