Continuando a sua política de encerramento de estações e cancelamento de serviços, decidiu agora a administração da CP proceder ao fecho da secção de despachos nas estações de Alvega-Ortiga e Barca da Amieira, que serviam o concelho de Mação.
As empresas deste concelho que sejam forçadas a utilizar o caminho-de-ferro para transporte dos produtos decorrentes das suas actividades terão agora que recorrer às estações de Abrantes, Alferrarede ou Castelo Branco, a dezenas de quilómetros de Mação, onerando de modo substancial os seus custos de produção.
Quando se constata que a desertificação das zonas interiores do País é uma realidade incontroversa, pese, embora, Lisboa fazer esforços em contrariar essa tendência, a questão tem que forçosamente se colocar: que fazem os portugueses em regiões onde as estradas são estreitas, abundantes em curvas e de mau piso; os comboios (onde os há) são poucos e lentos; os transportes rodoviários são escassos, caros e quase paralisam ao fins-de-semana e feriados; o insucesso escolar persiste; a saúde tenta-se recuperar no litoral - Lisboa, Porto ou Coimbra?
Quem terá desejos de investir na parte do País tão longe dos padrões daquela Europa que está tão próxima?
In Diário de Coimbra - 18/Fevereiro/1989
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