Está patente nos Paços do Concelho uma exposição comemorativa dos 75 anos dos Bombeiros Voluntários de Mação. A propósito desta mostra creio não ser possível dissociar o nome do falecido comandante Manuel Marques aos bombeiros de Mação. Outras pessoas, sem dúvida, muito contribuíram com o seu esforço, o seu apoio, os seus donativos, para que os BVM sejam aquilo que hoje representam, contudo o comandante Manuel Marques reservou uma grande parte da sua vida a esta corporação, o que não se deve olvidar. A construção do actual quartel, em vias de ser desactivado, deve-se quase inteiramente ao seu esforço, promovendo peditórios, cortejos de oferendas, sorteios, tudo o que pudesse ajudar na obtenção de dinheiro ou materiais para a sua edificação. Nesse tempo, há mais de meio século, ao começo da noite, diariamente, o comandante Manuel Marques tomava a bica no Café Esplanada, do Sr. Manuel Lopes, embevecido, a olhar através do vidro da grande montra, para o quartel em construção, a crescer a cada dia que passava, entusiasmado falava na "sua" obra. Os bombeiros tinham então precárias instalações num velho casarão da Rua Nova, já não existente, cedido por um amigo da associação, onde albergavam as poucas viaturas que compunham o seu parque automóvel. Tempos bem diferentes dos actuais. Os bombeiros eram efectivamente voluntários, não havia vencimentos, subsídios ou quaisquer tipo de prémios. Os apoios reduzidos, o Estado, através dos Governos Civis, concedia alguns pequenos subsídios e as Câmaras Municipais tinham pouco dinheiro para distribuir pelas associações. As colectividades quando metiam ombros a qualquer empreendimento tinham que contar com os seus próprios recursos e muita imaginação para angariar fundos. Tempos difíceis. esses, para o associativismo, em todos os sentidos. Ainda não fui visitar a exposição dos 75 anos dos BVM, espero contudo, que o comandante Manuel Marques nela tenha uma posição de destaque, é, tão só, um pequeno acto de gratidão.
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