Ontem. em Cascais, Herberto Helder (1930/2015) deixou-nos. Morreu aquele que é considerado por muitos o maior poeta português da segunda metade do século XX. Foi-lhe atribuído em 1994 o Prémio Pessoa, um dos mais importantes do nosso país, que recusou. A melhor homenagem que se lhe pode prestar e transcrever um dos seus poemas.
AOS AMIGOS
Amo devagar os amigos que são tristes como cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
- Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão.
In Poemacto
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