Nunca um tão grande número de candidatos concorreu a eleições para presidente da República. A figura número um da nossa arquitectura política merecia um pouco mais de respeito, evitando a tentação de compararmos este acto eleitoral a eleições para uma qualquer junta de freguesia.
Vitorino Silva (Tino de Rans) colocou as presidenciais 2016 na lama. O atrevimento, não por ser calceteiro, do Tino de Rans, que já fez quase tudo no palco mediático, causa espanto a quem tem um pouco de bom senso. Portugal não é uma República das Bananas.
O facto de Paulo Morais ser um líder na batalha anti-corrupção, não lhe confere pergaminhos para chegar a Belém. O Presidente não pode apenas preocupar-se com a corrupção.
A Henrique Neto, que foi um importante empresário na indústria de moldes, faltou-lhe um amigo que tivesse a coragem de o dissuadir a meter-se nesta, para si, odisseia, além da idade, quase 80 anos, faltam-lhe competências para Presidente. Estar em Belém não é a mesma coisa do que dirigir uma empresa industrial.
O PCP e o BE, desde sempre, não perdem uma campanha eleitoral à presidência da república. Aproveitam para, durante uns meses, fazerem propaganda dos respectivos partidos, sabendo de antemão que não têm qualquer possibilidade de vencer, ou mesmo, passarem à segunda volta. Como já ninguém se recorda dos nomes dos candidatos destes dois partidos às eleições de 2011, também daqui a um ano pessoa alguma recordará os nomes de Marisa Matias e Edgar Silva.
Por vaidade e promoção pessoal, Cândido Ferreira e Jorge Sequeira decidiram candidatar-se à presidência da República. Se as suas cabeças funcionarem perfeitamente, nem no mais recôndito lugar do cérebro algo lhes dirá que poderão tornar-se presidentes.
Maria de Belém Roseira não conseguiu conquistar o apoio de toda a família socialista, a despeito de ter a seu lado homens como Manuel Alegre, Jorge Coelho e Vera Jardim. Devia ter-se apresentado aos eleitores mais cedo, com Sampaio da Nóvoa há já muitos meses no terreno e o apoio discreto do PS, Maria de Belém surge apenas para estorvar.
Da imagem de Marcelo não se pode retirar a figura do comentador televisivo Marcelo. Efectivamente quem o via semanalmente na televisão não pode deixar de pensar que é um cata-vento e que frequentemente algumas das suas afirmações suscitavam muitas dúvidas. Vê-lo a fazer comentários, a perorar sobre os mais variados assuntos, sentenciando sobre o que conhecia e o que não conhecia e de sopetão transformar-se na figura do presidente da República, custa a aceitar.
Tem a vantagem de nunca ter sido político, aparenta ser um homem honrado e digno. Fala com ponderação, quando infelizmente os políticos portugueses são uns aldrabões, demonstra algumas ideias claras para o cargo de presidente, entende que o presidente não governa mas pode balizar a governação. Sampaio da Nóvoa dentro deste lote de inapropriados parece o homem perfeito para o lugar.
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