Na minha juventude os cafés tinham mesas com tampos em mármore branco, verdadeiro, não como essa coisa que por aí há que não passa de reles imitação. O Infante, um dos rapazes que connosco se sentava à mesa do Café Oceano, nesses saudosos dias de Verão na Figueira da Foz, desenhava, a lápis, nos imaculados tampos, uma mulher nua, mas que maravilha de desenho, corpo, rosto ou busto, voltado, ora para a esquerda ora para a direita, a mesma mulher, desenhos perfeitos, mas sempre iguais, variava o lado. Não surpreende que tivesse atingido a perfeição. O artista moçambicano Luís Soares, agora com exposição na Galeria do Centro Cultural Elvino Vieira (CCEV), trouxe-me à memória o meu amigo Infante, apresenta dezenas de serigrafias, todas iguais, varia apenas o rosto, uma ou duas caras, viradas para a esquerda ou para a direita, altera o enquadramento. Pouco variada a colecção de azulejos, rostos e só rostos, até no azulejo da caravela, o único dissonante, a proa é um rosto. As esculturas são interessantes, pessoas com rosto .Impressivas as tapeçarias, sem fugir à obsessão do artista - os rostos. Encerra este sábado a exposição.
Sonha como se vivesses para sempre. Vive como se fosses morrer hoje. (James Dean)
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
LUÍS SOARES NA GALERIA DO CCEP
Na minha juventude os cafés tinham mesas com tampos em mármore branco, verdadeiro, não como essa coisa que por aí há que não passa de reles imitação. O Infante, um dos rapazes que connosco se sentava à mesa do Café Oceano, nesses saudosos dias de Verão na Figueira da Foz, desenhava, a lápis, nos imaculados tampos, uma mulher nua, mas que maravilha de desenho, corpo, rosto ou busto, voltado, ora para a esquerda ora para a direita, a mesma mulher, desenhos perfeitos, mas sempre iguais, variava o lado. Não surpreende que tivesse atingido a perfeição. O artista moçambicano Luís Soares, agora com exposição na Galeria do Centro Cultural Elvino Vieira (CCEV), trouxe-me à memória o meu amigo Infante, apresenta dezenas de serigrafias, todas iguais, varia apenas o rosto, uma ou duas caras, viradas para a esquerda ou para a direita, altera o enquadramento. Pouco variada a colecção de azulejos, rostos e só rostos, até no azulejo da caravela, o único dissonante, a proa é um rosto. As esculturas são interessantes, pessoas com rosto .Impressivas as tapeçarias, sem fugir à obsessão do artista - os rostos. Encerra este sábado a exposição.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário